A chuva rápida que foi registrada em alguns pontos na região da Serra do Amolar, na Pantanal de Mato Grosso do Sul não foi suficiente para conter o incêndio que já dura seis dias. Combatentes atuam na abertura de aceiros para evitar que as chamas avancem em direção a uma área de reflorestamento com 25 mil mudas plantadas, em 2023.
No sistema Pantanal em Alerta foram identificados 19 focos de calor na quinta-feira (1º). Conforme apurado pela reportagem, a área destruída pelo fogo já soma cerca de 2,4 mil hectares.
Uma equipe da Polícia Militar Ambiental (PMA) saiu de Corumbá em direção à Serra do Amolar para continuar a investigação sobre as causas do incêndio.
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Área queimada na Serra do Amolar. — Foto: Lucas Lélis
Imagens de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registraram mais 310 focos de incêndio no Pantanal, durante o mês de janeiro, número bem maior que os 21 focos registrados no mesmo período de 2023.
De acordo com o biólogo do Instituto SOS Pantanal, Gustavo Figueiroa, o número de incêndios é preocupante, uma vez que essa seria uma época de cheia no Bioma.
"Assistir esses incêndios em pleno janeiro é de grande preocupação porque deixa claro como as mudanças climáticas já estão intensificando esses eventos extremos. Janeiro naturalmente é uma época de cheia, é quase o auge da cheia no pantanal, quando fica bufando de água por todos os lados, como dizem os pantaneiros. O pantanal tem ficado cada vez mais seco e, consequentemente, mais suscetível ao fogo", esclareceu.
Combate
Equipes que atuam no combate ao fogo que atinge a Serra do Amolar, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, ganharam reforço de um avião Air-Tractor. O modelo tem capacidade de transportar até 3 mil litros de água para áreas de difícil acesso.
Por ser um dos locais mais preservados do Pantanal, só é possível acessá-lo de barco ou helicóptero. No entanto, o acesso pelo rio está interrompido por causa de camalotes e baceiros (vegetação flutuante que se aglomeram e criam pequenas ilhas ao longo do rio Paraguai).
A aeronave é do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) e foi usado na manhã desta quinta pelo Corpo de Bombeiros para um voo de reconhecimento na região. A partir do sobrevoo, os militares vão definir quais locais mais críticos que precisam receber o lançamento de água.
Início e causas do incêndio
Conforme denúncia do IHP, o incêndio começou após um pequeno produtor colocar fogo em uma área de mata, que seria destinada à pastagem de gado. O fazendeiro perdeu controle das chamas, que se espalharam rapidamente, em decorrência da forte concentração de elementos combustíveis no solo pantaneiro.
"Lamentavelmente, uma atitude isolada trouxe o fogo que segue propagando. É um lugar de difícil acesso, subindo a cerra, alcançando altitudes que chegam a quase mil metros. Então o reforço está acontecendo para que a gente possa ter um controle mínimo e estamos na torcida para acontecer um evento climático, uma chuva para ajudar", relatou o presidente do IHP, coronel Angelo Rabelo.
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