Mato Grosso do Sul bateu recorde no número de apreensões de cocaínas neste ano: 32,6 mil toneladas, o mais alto em quatro anos. Os números mostram que o estado se tornou um corredor do tráfico internacional de drogas. Os produtos ilegais chegam da Bolívia e Paraguai, e a partir de Mato Grosso do Sul, são levados para os grandes centros do Brasil.
De acordo com a Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), foram 14.732 toneladas da droga apreendidas pelas polícias estaduais entre 1º de janeiro de 2023 e 6 de dezembro. Já pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram 17.903 toneladas no mesmo período. Em ambas, o número de apreensões foi o mais alto dos últimos quatro anos.
As fronteiras com Bolívia e Paraguai coloca o estado como um dos principais na rota do escoamento dos entorpecentes. Para a polícia, o aumento nas apreensões de drogas estão ligadas a uma mudança no comportamento do tráfico.
O inspetor da PRF, Fábio Sodré explica que durante a pandemia era mais difícil de contrabandear drogas de outros países, pelo menor fluxo de veículos que existia nas fronteiras. Com isso, os traficantes começaram a inventar novos jeitos de esconder a droga e enganar as fiscalizações: em fundos falsos, placas de metais e até câmaras frigoríficas.
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Condutor de caminhão confessou ter recebido a carga em Corumbá, com a intenção de entregar os tabletes até Campo Grande. — Foto: Reprodução
"É uma maneira que agora elas buscam ludibriar a fiscalização. E, também, tem a parte de integração das forças de segurança pública com uma capacidade cada vez maior de fazer esse enfrentamento", disse.
Em fevereiro, a PRF realizou a maior apreensão de cocaína da história da corporação em Mato Grosso do Sul com a ajuda de cães farejadores. Os policiais encontraram 1,9 tonelada da droga no tanque de um caminhão, em Sidrolândia (MS). Centenas de tabletes estavam em três compartimentos ocultos de um caminhão.
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Os policiais encontraram 1,9 tonelada da droga no tanque de um caminhão. — Foto: PRF
Número de apreensão de cocaína em MS, entre janeiro e dezembro de 2023:
- Policias estaduais: 14.732 toneladas
- PRF: 17.903 toneladas
Para combater o tráfico, as diretora de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado, Ana Claudia Medina, relata que é preciso impedir que as organizações criminosas enriqueçam cada vez mais, além das ações de repressão.
"Dentro desse enfrentamento nós buscamos também a descapitalização dessas organizações criminosas, nós sabemos que o poderio financeiro os fortalece. Então, já de algum tempo as forças de segurança estão atuando não só nessa repressão, mas também buscando a sua descapitalização trazendo bloqueio de bens, arrecadação do patrimônio que é obtido de maneira ilícita e muitas vezes já revertendo esse patrimônio para utilização pelas forças de Estado buscando o acompanhar esse dinamismo que a gente tem como frequente na atuação de organizações criminosas."
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