Iniciado às 23h06 da última terça-feira (19), o outono em Mato Grosso do Sul promete ser marcado por um clima atípico, com temperaturas elevadas e precipitação abaixo do esperado. Especialistas do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec) projetam um período mais seco em comparação com anos anteriores, influenciado pelo fenômeno El Niño e por uma atmosfera aquecida pelo Oceano Atlântico.
A estação, que geralmente traz um respiro com temperaturas mais amenas após o verão, desta vez, terá um cenário diferente. O Cemtec indica que, para o trimestre de abril a junho, espera-se que as chuvas sejam de 40% a 60% inferiores à média histórica, enquanto as temperaturas podem ser de 70% a 100% superiores ao normal.
Essa previsão de escassez de chuvas e calor excessivo não só desafia as expectativas para o outono mas também eleva a preocupação com incêndios florestais, especialmente no Pantanal. O bioma já sofre com a falta de chuvas desde novembro de 2023, o que levou a ocorrências de incêndios atípicos nos últimos meses. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) acompanha de perto a situação, tendo confirmado uma seca na Bacia do Rio Paraguai.
O El Niño, um fenômeno climático conhecido por alterar padrões de precipitação e temperaturas em várias partes do mundo, é um dos responsáveis por essa mudança climática na região. Observado desde a época colonial, o El Niño afeta principalmente países como Chile e Peru, onde é associado às chuvas natalinas, daí seu nome em homenagem ao menino Jesus. Em Mato Grosso do Sul, contudo, o fenômeno contribui para um outono mais quente e seco, acendendo alertas para possíveis desafios ambientais nos próximos meses.
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